sábado, 1 de janeiro de 2011

Queimada


O cheiro chegou na frente.
Impetuoso
odor cinzento.
Logo, o cobertor
turvo
cobria os vastos membros
envolvendo as folhas.

Ela pressentia o calor.
Do alto.
Onde a vista apontava
para o fim de tarde ensanguentado
As nuvens em chamas.
Enrubescidas.

Mas o homem precisava de carvão.
Era necessário virar carvão.

Foi quando sentiu o fogo.
A seiva queimando.
E ali se permitiu cair.

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Poesia tirada do meu livro "Lá no alto a pipa vermelha tentava empinar o menino no chão", 2010